CRÍTICA DE CD
Disco: Intruso
Artista: Cláudio Henrique
Gravadora: Independente
Cotação: ¯¯¯¯¯
Ao pedir cuidado ao ouvinte na contracapa de Intruso, porque “este é um disco de compositor”, Cláudio Henrique antecipa que seu terceiro álbum mantém a veia autoral e o bom humor dos antecessores, CH e #2. Intruso é bem-humorado, sim, especialmente nos ótimos sambas Mixaria (dona dos debochados versos “Antes que você me julgue/ Um sujeito sem solução/ Aprenda que pra cego/ Não existe contramão”) e Chá de Sumiço – Partido de Altos e Baixos, gravadas com bambas do naipe de Alceu Maia (banjo e cavaquinho) e Beto Cazes (percussão).
Mas é nas canções que Cláudio Henrique mostra real amadurecimento como compositor e produtor. As letras de Matilha e Labirinto de Creta (esta com participação do DJ Cleston, dos Detonautas, fazendo scratch de Jack Soul Brasileiro, de Lenine) seguem outra tendência dos discos anteriores, a narração de crônicas urbanas, algo em que Djones, apelido de CH, tem se mostrado especialista. A evolução mostra-se ainda maior em Catorze Cores, belíssima canção acompanhada pela gaita de Cláudio.
O flamenco Erro 404 – A Busca, o tango-rock Márcia Maria e o blues Cicatriz são outros destaques de um álbum que confirma o talento demonstrado por Cláudio Henrique já na estréia, em 2002, e o coloca alguns degraus acima na busca por um merecido reconhecimento.
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