CRÍTICA DE DVD
Disco: Palavras de Guerra – Ao Vivo
Artista: Olivia Hime
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: ¯¯¯¯¯
Discos temáticos não são novidade para Olivia Hime. Antes do autoral Canção Transparente, ela dedicou álbuns inteiros a Dorival Caymmi (Mar de Algodão) e Chiquinha Gonzaga (Serenata de uma Mulher), entre outros.
Em Palavras de Guerra, de 2007, o homenageado foi o compositor e cineasta Ruy Guerra. A turnê rendeu este CD/DVD ao vivo, gravado no Sesc Santana (SP), no ano passado.
Ao vivo, Olivia Hime tenta aprofundar a experiência do estúdio, ao incluir canções que não entraram naquele CD, como Fado Tropical e Ana de Amsterdã, parcerias de Ruy com Chico Buarque, e ao trazer para o disco o próprio Guerra, que faz uma narração pré-gravada em Fortaleza (outra parceria com Chico) e é tema de um documentário.
Mas a produção sofisticada de Olivia e Francis Hime, somada à natureza acústica dos arranjos e ao grande número de canções com forte cunho dramático, a exemplo de Carta e Em Tempo de Adeus, conferem ao álbum um tom intimista demais, o que é acentuado pela ausência dos convidados do CD de estúdio. Nem os melhores momentos do disco, como o belo acordeom de João Carlos Coutinho na faixa Meu Homem e o dueto com a harpista Cristina Braga em Entrudo, escondem a falta de ritmo, fundamental para um trabalho ao vivo, que pressupõe a participação do público.
Apesar da banda extremamente talentosa e da interpretação teatral de Olivia Hime, num set list costurado como um enredo, Palavras de Guerra Ao Vivo agrada mais como um produto poético-literário do que musical. Num disco que tem guerra no título, o excesso de paz foi uma tática errada.
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